Os preparativos para edificar o Templo


       Segundo os registros bíblicos do Livro de Crônicas, construir um templo ao Deus de Israel era uma idéia que já habitava a mente de Davi, pai de Salomão, mas Deus proibiu-o de executar a obra, pois Davi havia participado de inúmeras guerras e com isso derramado muito sangue. Deus prometeu a Davi que teria um filho, que se chamaria Salomão, e ele seria   quem poderia construir o templo, pois seria um homem da paz.


        Como Salomão era muito novo, Davi, antes de morrer, começou os preparativos para o templo, juntou muito ouro, prata, ferro e bronze e deixou madeira e homens experientes para trabalhar. Entregou a Salomão o desenho (planta) do templo, juntamente com os pesos e medidas de cada objeto que iria ser utilizado, também deixou especificadas instruções sobre o trabalho dos sacerdotes e dos levitas (encarregados do louvor), tudo isso foi feito seguindo a risca todas as instruções que Deus havia deixado.

 O rei Davi também deu conselhos para que Salomão fosse forte e guardasse os mandamentos de Deus. Restava agora que Salomão seguisse os planos de Davi e construísse o templo. 

O templo seria o local que guardaria a arca da aliança e os objetos sagrados. Também era importante no âmbito político, pois simbolizava a unidade nacional,  o povo hebreu precisava estar unido e a melhor forma de uni-lo era através da religião. O templo congregaria pessoas de várias partes e simbolizaria a presença do Deus de Israel no meio do seu povo. O povo de Israel ficaria ao redor do templo adorando, bendizendo, fazendo petições e holocaustos a Deus.

        A execução dos planos

        O templo seria edificado em Jerusalém no monte Moriá. A construção  foi iniciada no segundo dia do segundo mês do quarto ano do reinado de Salomão (II Crônicas 4:2), para a obra o rei fez um recenseamento dos estrangeiros e contou 153.000. Destes  designou 70.000 para levar as cargas, 80.000 para cortar pedras nas montanhas e 3.600 para dirigir os serviços.  Foram necessários também 30.000 trabalhadores (5) de Israel que se subdividiram em grupos de 10.000 homens, estas levas iam para o Líbano buscar cedros e eram dirigidas por Adonirão, ficavam um mês no Líbano e voltavam para descansar dois meses.




        Quem fez o trabalho pesado na construção do templo foram os estrangeiros, pois era proibido dar aos pagãos a liberdade de dominar e proibido fazer dos israelitas escravos (6). No conjunto foram utilizados trabalhadores de Hiram, edificadores de Salomão e estrangeiros para o serviço. Hiram, rei de Tiro, teve um papel importante na edificação, pois forneceu a Salomão  madeira de cedro do Líbano necessária para a construção . 

"Depois Salomão enviou esta mensagem a Hiram: "Age como fizeste com meu pai Davi, enviando-lhe cedro para edificar uma casa para a sua residência. Eis que resolvi edificar uma casa para o nome de Iahweh meu Deus para reconhecer sua santidade, queimar diante dele o incenso perfumado e oferecer continuamente os pães da proposição, oferecer holocaustos de manhã (...) A Casa que vou construir será grande, porque nosso Deus é maior do que todos os deuses." ( II Crônicas 2:2-4).  "Envia-me do Líbano troncos de cedro, de cipreste e de sândalo, pois sei que teus servos sabem cortar as madeiras do Líbano. Meus servos trabalharam com os seus" (II Crônicas 2: 7).     

     O cedro era cortado, embarcado em diversos portos da Fenícia e transportado por via marítima para desembarcar em Jafa, de lá a madeira era transportada até Jerusalém que ficava a 68 km da li. Salomão recebeu de Hiram toda a madeira de que precisou e em troca Hiram recebia vinte mil coros de trigo para prover sua casa e vinte mil batos (décima parte do coro) de azeite de olivas moídas por ano. Hiram auxiliou Salomão em vários de seus empreendimentos, indicou especialistas no trato do ouro, ferro, prata e bronze para a obra de entalhe.

       O rei  utilizou para a edificação do templo pedras grandes e lavradas. "Todos os edifícios eram feitos de pedras escolhidas, talhadas sob medida, serradas por dentro e por fora (...) ( I Reis 7: 9).            As medidas do templo eram: 60 côvados  de comprimento (7); 20 côvados de largura e 30 côvados de altura. O templo possuía 3 divisões principais; o pórtico (saguão de entrada), o santuário (salão principal) e o santo dos santos (santuário interior em forma de cubo). O templo era pequeno para o número de funcionários utilizados, mas foi uma das obras públicas mais custosas da época. Foi edificado inteiramente com pedras e conta a Bíblia que enquanto se construía o templo não se ouvia nem som de martelo, machado ou de instrumento de ferro.       

   As paredes internas e o teto eram forrados de ouro. A parte central do templo era forrada com madeira de cipreste e coberta com placas de ouro. Nas paredes haviam desenhos de palmeiras e correntes. Haviam também jóias fixadas nas paredes que aumentavam a beleza interna do templo. O ouro era de melhor qualidade e todas as paredes, portas e batentes estavam revestidos com ouro. Dentro do templo, numa das extremidades, ficava o lugar mais sagrado de todos, o Santo dos Santos. Era o lugar mais interno do templo, nele, somente uma vez por ano, no dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava para oferecer sacrifício para perdoar seus pecados e depois fazia o sacrifício pelos pecados do povo. Era no Santo dos Santos que ficava a arca da aliança. O lugar era coberto de ouro e tinha um altar de madeira revestido de ouro também. Existiam dois querubins iguais feitos de madeira e revestidos com ouro, sua altura era de 10 côvados, os querubins simbolizavam a proteção das coisas sagradas, neste caso, a Arca da Aliança.(O povo não podia ver os querubins, pois só o sumo sacerdote tinha acesso ao Santo dos Santos). 

          As obras de Hiram  para o templo

        Hiram (8)  , um artesão encarregado de obras de bronze, fez duas colunas de bronze, enfeitadas com romãs, que não tinham a função de sustentar e sim a de ornamentar. Seus nomes eram Jaquim (ele estabelecerá) e Boaz (ele vem em poder).

Fez o Mar de Fundição ou Mar de Bronze, um tanque grande que era o principal depósito de água destinada aos ritos de purificação para a santificação. Era usado pelos sacerdotes. O vaso de Amatunte, no Museu do Louvre da uma idéia provavelmente precisa do que foi o Mar de Bronze do Templo de Jerusalém.  Fez além destas obras, 10 pias (para a lavagem dos holocaustos), pás (para pegar as cinzas dos altares), caldeirões e bacias. Salomão terminou as obras do templo e então trouxe os tesouros que Davi havia dedicado ao templo.   

        A Arca

        O templo, serviria para guardar os tesouros mais valiosos do reino, o mais valioso era a Arca da Aliança. A arca era uma caixa de 1,20 m de comprimento, 0,75 m de largura e 0,75 m de altura. Era feita de madeira de acácia e recoberta de ouro puro. Continha, num período anterior ao de Salomão, as duas tábuas dos Dez Mandamentos, um vaso com maná e a vara de Arão. Era um símbolo da presença e da glória de Deus, santificava o lugar onde repousava. A arca era transportada só por sacerdotes ou levitas.




   Na festa dos tabernáculos, no mês de outubro, os sacerdotes levaram a Arca da Aliança para o templo, o rei Salomão e todo o povo se reuniu diante da arca e ofereceu sacrifícios de ovelhas e de bois, eram tantos os animais que não puderam ser contados. Os sacerdotes colocaram a arca no templo, dentro do santo dos santos e a colocaram debaixo das asas dos querubins.

Quando os sacerdotes estavam voltando do santo dos santos, uma nuvem brilhante encheu o templo e foram obrigados a sair, porque a glória do Senhor estava enchendo o lugar. Então o rei Salomão orou ao Senhor e abençoa o povo agradecendo a Deus pela sua felicidade e pelas demais bênçãos. Também pediu a Deus que cumprisse a promessa de manter a descendência de Davi no poder, engrandece a Deus em sua oração e pede que proteja o templo de dia e de noite e que responda as orações suas e as do povo de Israel.

 Pede que a justiça  apareça para com as causas do povo e que Deus perdoe sempre  quando se mostrarem arrependidos de coração. Pede também a resposta  à oração dos estrangeiros.  Esta oração de Salomão é a mais longa registrada nas sagradas escrituras (I Reis 8: 22 a 53).


        Salomão pede agora ao povo fidelidade a Deus e aos mandamentos e abençoa a  população. A festa dos tabernáculos durou oito dias, ao final o rei despede o povo e o povo abençoa o rei e a arca toma seu lugar no templo, em meio a estas grandes solenidades. Depois de todas as obras materiais relativas ao templo serem concluídas, Deus responde à oração de Salomão fazendo um único pedido, que  seja fiel e obediente para que Deus possa cumprir as suas promessas. Aqui lembramos mais uma vez da aliança de Salomão com Deus, em que a obediência implica em bênção e desobediência em maldição.



        Três vezes por ano Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios de comunhão sobre o altar que erguera a Iahweh e queimava perfumes diante de Iahweh. E assim acabou ele a construção do templo que demorou sete anos para ser concluída.



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