O movimento da Lua

O movimento da Lua


Um aparelho planetário, patenteado por Manuel da Silva Marques, demonstra que a Lua, ao contrário do que se diz, não tem movimento de rotação, pois caso tivesse não mostraria à Terra sempre a mesma face. Esta demonstração desmente a falsa verdade segundo a qual a Lua executa um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo enquanto descreve um movimento de translação em volta da Terra.


Nas enciclopédias, o fenómeno é explicado do seguinte modo: «A Lua gira em torno da Terra em 27,32 dias. No mesmo espaço de tempo cumpre uma rotação completa em torno do seu próprio eixo. É devido ao seu movimento de rotação que a Lua mostra à Terra sempre a mesma face.»

Não se compreende como é que uma suposta tese científica complica e baralha a explicação daquilo que é simples. Em primeiro lugar, a Lua não executa dois movimentos diferentes com a mesma duração, mas um único e mesmo movimento.

Se a Lua executasse, simultaneamente, dois movimentos diferentes, a meio do movimento de translação a sua face oculta estaria então voltada para a Terra, devido ao seu hipotético movimento de rotação (ver ilustração).

Assim, a Lua executa unicamente um movimento em volta da Terra, não realizando ao mesmo tempo qualquer movimento em torno do seu próprio eixo.



Se a Lua executasse um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo, não mostraria à Terra sempre a mesma face, tal como a Terra não mostra ao Sol sempre a mesma face. E, se algum dia isso acontecer - como antevêem certos astrónomos -, um dos hemisférios terrestres ficará permanentemente às escuras.

A explicação de que «a Lua mostra sempre a mesma face devido ao seu movimento de rotação» só é entendível se for lida ao contrário: «Como não tem movimento de rotação, a Lua mostra sempre a mesma face.»

Estamos, pois, perante uma pseudo-tese científica, sem pés nem cabeça - o que levou Manuel da Silva Marques a patentear um aparelho planetário para esclarecer a verdade.

Este aparelho é constituído por duas esferas pequenas, que representam a Lua, e por uma esfera maior, que representa a Terra. Uma das esferas pequenas representa a Lua sem o movimento de rotação e possuindo apenas o movimento de translação em torno da Terra; a outra esfera pequena representa a Lua com o movimento de rotação em torno do seu eixo e o movimento de translação em volta da Terra. «Como esta última esfera não apresenta sempre a mesma face virada para a Terra, é evidente que a Lua não tem movimento de rotação em torno do seu eixo.»

Esta «máquina da verdade» torna bem claro que a Lua descreve apenas um movimento em volta da Terra, não rodando simultaneamente sobre si mesma.

Os astrónomos portugueses com livros publicados subscrevem a tese dos dois movimentos lunares, mas limitam-se a enunciá-la e evitam explicá-la, sobretudo através de um desenho.

Como refere um professor de Geometria, «a tese de que a Lua executa um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo é um atentado à inteligência do ser humano».

O planetário construído por Manuel da Silva Marques pode ser visitado por estudantes e outras pessoas interessadas, bastando contactar o inventor.



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Texto de Luiz Vaz do Carmo publicado na secção Tendências/Inventos no suplemento Revista do jornal Expresso em 7 de Agosto de 1999

Ilustração Expresso/Sofia Miguel Rosa

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